Total de visualizações de página

sábado, 18 de maio de 2013

CONTANDO HISTÓRIA...


De vez em quando, tenho contado alguns fatos curiosos, engraçados ou importantes da história do Flamengo.

Todos tirados do livro "100 anos de bola, raça e paixão", que escrevi com os companheiros Celso Júnior e Arturo Vaz.

Esta aconteceu em 1920...



Tua glória é lutar. Mais uma pedreira pela frente. O Fla recebeu o Botafogo, na Rua Paysandu. Foi um jogo emocionante no primeiro tempo. Aos 35 minutos, Petiot abriu o placar para o Alvinegro. A partir daí o time da casa se transformou numa avalanche. Geraldo empatou, aos 42 minutos e os jogadores foram para o vestiário com a adrenalina lá em cima. Com apenas um minuto do segundo tempo, Junqueira virou o placar para 2 x 1. Foi o suficiente. Por mais que os botafoguenses tentassem, nada mais conseguiram.
            Para fechar o segundo turno, o time ainda ganhou do Andarahy (2 x 1) e do Bangu (2 x 0).
            Na abertura do segundo turno, em 1º de agosto, o Flamengo tropeçou diante do Vila Isabel, ao empatar em 1 x 1. Não era a hora de dar mole. Uma semana depois, o Fluminense ganhava do América, por 3 x 2 e se igualava ao Fla na liderança.
            Tal bobeira não podia acontecer novamente. Em ritmo acelerado a rapaziada ia passando por cima dos adversários. Os rubro-negros ganharam do Botafogo, em General Severiano, por 3 x 1. Depois derrotaram o São Cristóvão (4 x 1) e o Mangueira (2 x 1).
            Enquanto isso, o Fluminense, que brigava pelo tetra, perdia pontos irrecuperáveis. Na grande zebra do certame, o time das Laranjeiras foi humilhado, no campo do Jardim Zoológico, pelo Vila Isabel, que venceu por 3 x 0. Isso foi em 31 de outubro. Uma semana depois, nova derrota, desta vez para o Botafogo, por 2 x 1. Estes resultados facilitaram demais o caminho do time vermelho e preto.
            No jogo do dia 14 de novembro, contra o Palmeiras, no estádio da Rua Paysandu, o Fla comemorava seus 25 anos de fundação. O jogo terminou 1 x 1, mas como o Flu havia perdido duas seguidas, o mau resultado não influenciaria. O que marcou mesmo esta partida foi que, pela primeira vez, foi executado o hino oficial do Flamengo, uma composição de Paulo Magalhães, ex-goleiro do clube, em 1918 e 1919. “Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar. Flamengo, Flamengo, campeão de terra e mar”. Não só no remo e no futebol, o Flamengo começava a conquistar taças no halterofilismo, basquete e atletismo. Ganhar títulos passou a ser um ótimo vício rubro-negro.
              A turma do Flamengo não poderia mais dar mole. Era hora de concentração, de focar na conquista do terceiro título carioca. Vieram então as vitórias sobre o Bangu (3 x 2), Andarahy (2 x 1) e o empate sem gols com o América.
            Quando entrou no gramado do Estádio das Laranjeiras, no dia 19 de dezembro, para enfrentar o Fluminense, o Flamengo já era o campeão carioca de 1920. Tratava-se apenas de cumprir a tabela e, principalmente, de buscar mais um título invicto. As arquibancadas lotadas demonstravam o clima tenso deste encontro.
            Mas o pessoal do Fluminense estava “mordido”. Eles perderam a chance do tetracampeonato e queriam impedir o Fla de levar a taça sem derrotas. Foi jogo duro. Aos 16 minutos, 1 x 0 Flu, gol de Zezé. Candiota conseguiu empatar aos 31. Logo aos 4 minutos do segundo tempo, Welfare colocou o Tricolor na frente de novo. Os atletas flamenguistas eram experientes e não se abalaram. Sabiam que ainda tinham muito tempo pela frente e o jogo estava bem parelho. Nenhum dos times estava melhor que o outro. Aos 15 minutos, Valdemar arranca da ponta-direita em direção à área adversária e chuta cruzado, sem a menor chance de defesa para o goleiro Gerdal. Era o gol de empate e o resultado de 2 x 2 garantia mais uma conquista invicta, com 13 vitórias e 5 empates.

Nenhum comentário:

Postar um comentário