A partir de hoje, de vez em quando, vou contar alguns fatos curiosos, engraçados ou importantes da história do Flamengo.
Todas tiradas do livro "100 anos de bola, raça e paixão", que escrevi com os companheiros Celso Júnior e Arturo Vaz.
A primeira delas aconteceu em 1927...
A camisa jogou sozinha. No dia 18 de setembro, o Flamengo recebeu o ótimo time do América em
seu estádio na Rua Paysandu. Era a última partida do campeonato e os
rubro-negros precisavam vencer para ficar com o título.
O time formou com Amado, Hermínio e Hélcio;
Benevenuto, Seabra e Rubens; Chrystolino (Newton), Vadinho, Fragoso, Nonô
(Frederico) e Moderato. Sim, ele mesmo! Moderato, que ainda convalescia de uma
cirurgia, colocou uma cinta abdominal e entrou em campo para defender as nossas
cores. Uma atitude de honra e amor à camisa que defendia, algo que muito
raramente se vê nos dias de hoje.
O América veio com Joel, Hildegardo e
Penaforte; Válter, Osvaldinho e Hermógenes; Ripper, Gilberto, Aprígio, Mineiro
e Celso. Vale lembrar que o zagueiro Penaforte jogava no Fla. Acontece que,
antes do campeonato começar, ele iria se casar e pediu aos diretores que o
clube lhe desse a mobília de presente. Como recebeu uma resposta negativa,
debandou para o América que, prontamente, o presenteou com os móveis. A torcida
do Flamengo não perdoou Penaforte que foi vaiado a cada vez que tocava na bola.
Esta atitude instabilizou o zagueiro e os atletas rubro-negros se aproveitaram disso.
Nonô abriu a contagem para o Fla, logo aos 20 minutos.
Com apenas 5 minutos do segundo tempo, o heroico Moderato fez 2 x 0. O América
descontou 10 minutos depois, com Celso, e iniciou uma pressão poucas vezes
vista. Os rubro-negros, porém, com garra e vontade insuperáveis conseguiram
segurar o placar de 2 x 1 e conquistaram o título de campeão Carioca de 27.
Neste dia surgia a lenda de que a camisa do Flamengo jogava sozinha.
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